Página:O demônio familiar.djvu/88

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EDUARDO – Ainda bem! Eu sabia que nos havíamos de entender; posso ser franco. Um homem que ama realmente uma moça, Sr. Alfredo, não deve expô-la ao ridículo e aos motejos dos indiferentes; não deve deixar que a sua afeição seja um tema para a malignidade dos vizinhos e dos curiosos.

ALFREDO – uma acusação imerecida. Não dei ainda motivos...

EDUARDO – Estou convencido disso, e é justamente para que não os dê e não siga o exemplo de tantos outros, que tomei a liberdade de escrever-lhe convidando-o a vir aqui esta noite. Quero apresentá-lo à minha família.

ALFREDO – Como? Apesar do que sabe? E do que se passou?

EDUARDO – Mesmo pelo que sei e pelo que se passou. Tenho a este respeito certas ideias, não sou desses homens que entendem que a reputação de uma mulher deve ir até o ponto de não ser amada. Mas é no seio de sua família, ao lado de seu irmão, sob o olhar protetor de sua mãe, que uma moça deve receber o amor puro e casto daquele que ela tiver escolhido.

ALFREDO – Assim, me permite...

EDUARDO – Não permito aquilo que é um direito de todos. Somente lhe lembrarei uma coisa, e para isso não e necessário