Façamos um pouco de historia.
Tenho de falar de mim. Eu estava na diretoria da Cia. Petroleos do Brasil, já então ferida fundo pela sabotagem do Sr. Fleury da Rocha, emerito diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral. Apesar de esfaqueados pelas costas, prosseguiamos na abertura do poço do Araquá. No mês de agosto de 1934 haviamos vasado 213 metros, ao preço excelente de 60$000 por metro. O entusiasmo era grande. Mesmo ferida de morte, se a perfuração consegue mais um ou dois meses de marcha como aquela poderia alcançar a profundidade em mira.
Mas sobrevcio a diabase. A diabase é uma rocha eruptiva de extraordinaria dureza, que se apresenta em introsões. Uma especie de D. N. P. M. subterraneo. A despeito de trabalharmos no poço 24 horas por dia, a resistencia do obstaculo era tamanha que em quatro meses e meio só vasamos 18 metros. O custo por unidade passara de 60$000 a 6 contos e tanto — mais de cem vezes!
E o peor consistia em não termos nenhum elemento para avaliar a espessura da diabasse. Seria de 50 metros? De 100? De 200? Continuar perfurando por aquele preço e na incerteza da espessura era insensatez. Recurso unico: o emprego da geofisica. A geofisica determinaria a