Página:O gallego lorpa, e os tolineiros.pdf/4

Wikisource, a biblioteca livre
¤ 2 ¤
Sahe Alonço.


Alonç. Ora guardelas Diós a boxas mixeas: boxa merxe indas que mal percude, hei o Xenhor Lambuza d’Arriosca?

Lamb. Sim, que me queres?

Alonç. Eu biengo a cá por mandamiento de xeu Compadre Timotheo.

Lamb. Ah, bem sei, queres-te accommodar.

Alonç. Apois taõ dexinquieto estoi eu?

Lamb. (Parece-me lorpa) pergunto, se queres servir?

Alonç. Eu num bim a oitra coisa da minha terra.

Lamb. Está bem, como te chamas?

Alonç. Eu num som o que me chamo, los oitros mios companheiros hei que me chamaõ a mim.

Lamb. (O Gallego he exquisito) como te chamaõ os outros?

Alonç. De muxas maneiras: huns me chamaõ com las manos axim (chamando com as mãos) oitros con la voca xio, xio; e muxos, aia cá, aia cá.

Lamb. (He selvagem sem mistura) quero saber o teu nome, maldito.

Alonç. De bagar, de bagar, que o mei num hei maldito.

Lamb. (Já me falta a paciencia) o teu nome, excommungado? o teu nome? És Alonço, Braz, Bento, ou…

Alonç. Eu xom Alonço do Carca Biana, axima de Tui a par de Bigos, para xerbillo.

Lamb. Está bom, chamas-te Alonço: e tens servido alguem nesta Cidade?

Alonç. Xenhor xim: quando eu bim da minha terra, mei Primo Vento do Cazal de vaicho prantou-me a xerbir hum Xenhor Negociante da Praxa da Estratula.

Lamb. Com que negociava esse teu Amo?

Alonç. Ui cos démos de tantas incrixões; bendía piuga em cantarinhas de varro; eu antonxes iba lá vuscar ao xinfariz, e andaba xempre a vradar pelo arraial = ora quiem la quiere viem fresca, fresquinha, quien la quiere vien fresca?

Lamb. Tudo he negocio! tudo he negocio! ora dize-me, tu sabes comprar?

Alonç. Cantéi ixo, como ninguro: quando xi quivravaõ las cantarinhas, iba ió por elhas a las Loixieiras.

Lamb.