A unica phase verdadeiramente militar, no sentido preciso
da palavra, da Historia do Brazil independente e monarchico
foi o primeiro reinado. O Imperador D. Pedro I prezava o exercito,
a carreira das armas e o brilho das proezas guerreiras
tanto quanto seu filho detestava tudo isso e prezava a paz,
as sciencias e o desenvolvimento civil da sociedade. O temperamento
do povo brazileiro estava muito mais de harmonia com
D. Pedro II, e a infeliz campanha do Sul muito cedo desgostou
o paiz das aventuras bellicas. Já antes, o governo imperial
experimentava difficuldades para recrutar os soldados de que
carecia — primeiro para manter no interior a ordem constitucional
varias vezes e em varios pontos alterada, logo depois
para defender no exterior a conquista da Provincia Cisplatina,
por longo tempo ambicionada e por longo tempo disputada por
trazer sua posse ao Brazil a fronteira meridional natural que
lhe faltava e de que D. João VI o deixou provido.
Ao lado do exercito nacional, composto de elementos recalcitrantes e facilmente levados á indisciplina e á rebeldia sanguinaria, outro exercito teve que ser creado de mercenarios estrangeiros, composto não pouco de elementos indesejaveis e que frequentemente se entregavam á embriaguez e dahi passavam á pilhagem. Estes lansquenets e rufiões, engajados na Allemanha, na Suissa, na Irlandia, por Schaeffer e por outros agentes da mesma escola, o Imperador, na sua ingenuidade politica