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CAPITULO IX
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Ortigão[1] que «do movimento do commercio interior não temos estatisticas que permittam fazer-se delle ao menos uma idéa approximada: quanto as do commercio exterior, comparando os algarismos de 1833 com os de 1889, vê-se que o vulto dos valores passou a representar 6 a 7 vezes o que então se registrou».

Segundo este especialista em assumptos financeiros e economicos, o movimento regular da constituição de sociedades commerciaes e industriaes promovidas por iniciativa particular, teve principio em 1851, anno em que se incorporaram onze sociedades anonymas, das quaes sete com capital formado. Em 1889, ultimo anno da monarchia, incorporaram-se 59 sociedades novas, com o capital subscripto, em conjuncto, de perto de 317 mil contos, sendo 14 bancos, 2 companhias agricolas, 4 ferro-viarias, 3 de navegação, 1 de seguros, 7 de tecidos, 28 diversas, e 18, das quaes a metade bancarias, elevaram seus capitaes de 93.500 contos. Os bancos figuram n'esses 410.000 contos com 343.500 contos. Foi n'esse anno de 1889 que o credito brazileiro «tão consolidado se apresentava, com o cambio acima do par e o ouro affluindo largamente á circulação», que o governo imperial tratou de tornar conversivel a moeda fiduciaria circulante[2].

O relatorio da Fazenda do anno de 1889, ultimo do Imperio, dá os seguintes algarismos referentes ao anno de 1888:

 COMMERCIO EXTERIOR      — Importação: 260.999 contos papel.
                           Exportação: 212.592    »     »
                                Total: 473.591    »     »
   Differença para mais na importação:  48.407    »     »
 COMMERCIO DE CABOTAGEM    Importação:  71.472    »     »
                           Exportação:  67.171    »     »
                                Total: 138.643    »     »
  Differença para menos na exportação:   4.301    »     »
  1. Capitulo V do volume I das Contribuições para a biographia de D. Pedro II, editadas pelo Instituto Historico e Geographico Brasileiro em 1925.
  2. Ramalho Ortigão, capitulo citado.