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O IMPERIO BRAZILEIRO

nada senhora dos seus destinos, augmentaram as lileiras dos que faziam da antipathia a Portugal e a quanto era portuguez o primeiro artigo do seu credo politico. Ao Imperador D. Pedro não seria, num dia proximo, poupada a explosão d'esse odio nacional que se aninhava no coração mesmo dos muitos que tinham feito em Coimbra seus estudos universitarios, o Brazil achando-se privado, nos tempos coloniaes, das vantagens do ensino superior.

E' natural que a organização constitucional houvesse primado qualquer outra preoceupação no espirito dos novos legisladores. Seu primeiro afam foi corresponder ao pé da lettra ao desejo manifestado pelo Imperador na sua primeira falla do throno, a saber, que a Assembléa elaborasse uma Constituição digna d'Elle e digna do Brazil, caso em que seria o seu Defensor. Nem. poderia succeder diversamente, commentaram varios dos deputados, ciosos da sua valia e da sua dignidade. Não cabia aliás ao soberano — ajuntavam — ser o unico juiz da excellencia de uma lei organica cuja redacção era tarefa da competencia da Assembléa Constituinte. O mal entendido estava na raiz desse antagonismo de vistas. O Imperador preferia uma Constituição outorgada realmente, comquanto apparentemente submettida à approvação do povo, por intermedio dos seus representantes immediatos que eram, no seu pensar, as municipalidades, celulas da vida politica portugueza. A Assembléa não entendia as coisas do mesmo geito e pretendia decretar ella propria a Constituição, de facto impól-a ao monarcha. No seu tóro intimo, considerava-se superior a este, encarnar a legitima e intangivel soberania; o Imperador só podia esperar ser destitudo das suas funcções si não acceitasse integralmente as bases adoptadas pela representação nacional —o corpo legislativo — para o estatuto fundamental. Seria o depositario da confianca publica emquanto a merecesse, e não o regulador supremo da marcha dos eventos e da rotação das opiniões. O conflicto era pois insolnvel, porque essa superioridade a reivindicaram para si os delegados eleitos pelo suffragio popular. Os agrupamentos partidarios queriam a arena livre para o seu jogo, de que o