julgar imparcialmente entre o autor, o público e os críticos.
O desígnio dos artigos escritos pelo autor, foi mostrar o atraso da nossa plateia e o abandono em que as classes mais ilustradas vão deixando o teatro, dominado exclusivamente pela chusma.
Não se propôs o autor a exaltar sua obra e apresentá-la como digna de aplausos e ovações. Quando ele consentiu que o Jesuíta fosse levado a cena, bem sabia que o entregava à indiferença pública.
Se o drama já de si era impróprio para nossa plateia habitual, a maneira por que foi representado, a precipitação em exibi-lo sem aprovação do autor que não viu um só ensaio; a má distribuição dos papéis; tudo isto justificaria um revés; mas não explica a deserção.
Esta só tem uma razão.
É que o público fluminense ainda não sabe ser público, e deixa que um grupo de ardílios usurpe-lhe o nome e os foros.
Se algum dia o historiador de nossa ainda nascente literatura, assinalando a decadência do teatro brasileiro, lembrar-se de atribuí-la aos autores dramáticos, este livro protestará contra a acusação.
A representação do Jesuíta é a nossa plena justificação. Ela veio provar que o afastamento dos autores dramáticos, não é um egoísmo, mas um banimento.
O charlatanismo expulsou a arte do templo.