Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/110

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o teu! Estás sempre alegre! Nada desejas, nada ambicionas.

JOSÉ BASÍLIO – Que queres, meu amigo? Quando perdi minha pobre mãe aos oito anos, fiquei ao desamparo; e estaria hoje feito tropeiro, ou tocador de porcos em Minas, se os padres de Mariana não me recolhessem. Vim depois para esta casa onde ensinaram-me o pouco que sei; aqui alimentam-me, agasalham-me e destinam-me para alguma cousa, segundo eles dizem! Que posso desejar mais?

ESTÊVÃO – Porém dize-me: às vezes não te sentes oprimido entre estas paredes nuas; não tens necessidade de respirar o ar livre, e gozar do mundo que vês de longe através das grades de tua cela?

JOSÉ BASÍLIO – Oh! sim! Há momentos em que este hábito queima-me o corpo; em que eu daria tudo que sei pela ignorância e liberdade do menino que brinca nas chácaras da Ajuda, embaixo do morro.

ESTÊVÃO – E que fazes então que não abandonas esta casa e não segues a tua aspiração?...