SAMUEL – E não fostes vós que me roubastes meu filho?
CONSTANÇA – Estêvão?
SAMUEL – Por vossa causa não me abandonou ele no momento em que a desgraça pesava sobre mim, deixando-me só no mundo como uma velha ruína do passado?
CONSTANÇA – Bem sabeis que não posso viver sem ele!... que o amo?
SAMUEL – E eu não o amo também? Eu, para quem ele é mais que a existência, porque deve ser a minha segunda vida, uma nova encarnação de minha alma! O que é o vosso amor comparado ao meu? Um prazer efêmero, que não se compara com esse gozo supremo do espírito, que triunfa da morte e da destruição pelo poder da inteligência. Um sorriso basta para satisfazer o vosso amor; ao meu é preciso o futuro, e a imortalidade!
CONSTANÇA – Conheço que sou uma pobre mulher; não tenho a vossa inteligência; sei apenas amar com o coração...