Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/133

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a minha vida, a minha felicidade, tudo; e salvai-o. Eu morrerei à seus pés... mas a vergonha...

SAMUEL (brandamente.) – Fortalecei-vos na fé e tirai forças da religião, minha filha, para consumar o vosso grande e nobre sacrifício. Não temei o motejo dos homens e o desprezo do mundo. Mártir do amor como os outros mártires do cristianismo, sofrereis com a fronte calma o escárnio da multidão. Mas Deus verterá em vossa alma o bálsamo das grandes dores; fazendo a felicidade do homem a quem amastes, vos associareis à sua glória, à glória majestosa do fundador da pátria.

CONSTANÇA – Não me iludis, senhor?... É Deus quem exige de mim esse tremendo sacrifício? Deus, em cujo santo nome ensinaram-me a virtude!

SAMUEL (persuasivo.) – Quem foi, minha filha, que inspirou a Ester, à formosa filha dos judeus, a força de ganhar o amor de Assuerus, inimigo de sua religião e de seu povo, para aliviar o exílio e a perseguição que sofriam seus irmãos? Quem levou Judite à presença de Holofernes para oferecer-lhe a sua beleza e livrar sua pátria da vingança do rei de Babilônia? Falta-vos a coragem que elas tiveram?