CONDE – Hei de humilhar a vossa arrogância; todo o poder da ordem não vos salvará. Revelai o segredo de que sois sabedor, ou entregar-vos-ei ao braço secular, como rebelde e desobediente às ordens régias.
SAMUEL – Estou habituado a ver a morte de perto! Apóstolo da milícia de Cristo, nos desertos desta América e entre os selvagens, só e sem armas, também aprendi a encarar o perigo, como vós, soldado do rei, nos campos da batalha. O martírio não me assusta. Podeis mandar preparar o suplício: mas ficai certo de que a mão do algoz tocando-me vai ferir-vos no coração!
CONDE – Nunca sentirei remorsos de haver punido os inimigos da religião; não tenho coração quando se trata de cumprir um dever.
SAMUEL (com ironia) – Exigis de mim um segredo, Sr. governador; eu o revelarei, mas quando estivermos sós.
CONDE (para os soldados) – Afastai-vos!
(Saem os frades e os soldados.)
CENA XII
SAMUEL e CONDE DE BOBADELA.