Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/162

Wikisource, a biblioteca livre

homem que descrê da virtude, da honra, do amor; que duvidaria de sua mãe se a tivesse. Contemplai a vossa obra, e escarnecei de Deus e do mundo!...

SAMUEL – Não fui eu, humilde criatura, Estêvão; foi a Providência que iluminou essa menina, e lhe deu a coragem para o sacrifício que ela fazia à tua felicidade. Recusaste; porque não compreendeste a sublimidade do seu amor e a virtude de sua alma!

ESTÊVÃO – A virtude?... Não profaneis esse nome.

SAMUEL – A virtude não é um hábito, nem a simples abstinência de um prazer; é a força e o heroísmo necessário para o cumprimento de um dever. Constança cometeria um crime, aceitando a partilha de tua existência, e condenando-te à vida obscura da família. Imolou sua honra à tua glória! Cumpriu um dever!

ESTÊVÃO – Ah! foi essa moral sacrílega que a perdeu!... Sacerdote da prostituição, corrompestes com as vossas palavras sua inocência!