Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/50

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SAMUEL – Lembras-te do dia em que me prometeste abraçar a vida religiosa e entrar no convento dos jesuítas?

ESTÊVÃO – É verdade que vos fiz então essa promessa; porém não previ que me seria impossível cumpri-la. Amo, senhor! Este sentimento espontâneo, irresistível, que Deus criou em minha alma, essa lei fatal da natureza que faz pulsar o coração do homem, tem mais força do que uma simples promessa.

SAMUEL – Mas essa promessa, feita nas minhas mãos, é um juramento; é mais do que um juramento: é um voto!... Naquele momento tu professaste, Estêvão!

ESTÊVÃO – Eu!...

SAMUEL – É esta a falta de que me acuso e que me deves perdoar. Era preciso que vivesses exclusivamente para a religião, e eu sacrifiquei à ela tua vida. Nas palavras que pronunciei então, e que não compreendeste, aceitei os teus votos, e te sagrei em nome do Senhor. Tu és jesuíta!...