Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/69

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estas três criaturas aqui, reunidas neste momento pelo acaso, que elas são as pedras angulares de um majestoso edifício, novo capitólio do alto do qual uma nação poderosa dará leis ao mundo!... Ei-los!... A religião, a miséria, a raça!... E tu, Estêvão, tu serás a inteligência que há de dirigi-las, o espírito que as deve animar, a vontade que as governará até que chegue o momento!...

ESTÊVÃO – Entendo as vossas palavras, senhor; mas o seu alcance escapa à minha inteligência.

SAMUEL – Aquele hábito, meu filho, quer dizer vinte mil jesuítas espalhados pela terra e dominando a consciência do universo; aquele cigano significa um povo numeroso, proscrito, sem pátria, disposto a morrer por aquele que lhe prometer um abrigo neste mundo onde é estrangeiro; aquele índio simboliza a raça indômita e selvagem da América, pronta a reconquistar a liberdade perdida. Compreendes agora?

ESTÊVÃO – Oh!... Compreendo! Mas como esse poder imenso acha-se em vossas mãos, senhor?

SAMUEL – Volta em meia hora; eu to direi.