Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/72

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Nisto cumpro uma ordem do Geral da companhia de Jesus ao Reitor da casa do Rio de Janeiro que manda-me ouvir-vos nas coisas importantes da comunidade.

SAMUEL – Já me falastes desta ordem; mas, em todo o caso, é sempre uma deferência de vossa parte.

FR. PEDRO – Não; é um dever; e cumpro-o com satisfação pela amizade que vos consagro.

SAMUEL – Tratemos do que importa. Esse aventureiro tem realmente um segredo, mas faz dele uma mercancia. Pareceu-me conveniente comprá-lo; e por isso vos mandei aviso.

FR. PEDRO – E virá ele?... Disse-me José Basílio que esta manhã, antes de chegardes, ameaçou de ir ao Governador.

SAMUEL – Soube disto; mas não era preciso. O homem que traz um segredo de importância, é uma carta que deve ser entregue em mão própria; e que, depois de lida, inutiliza-se, quando convém. (Levanta-se.) O aventureiro está neste gabinete à vossa disposição; podeis interrogá-lo quando quiserdes.