Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/76

Wikisource, a biblioteca livre

FR. PEDRO – E o que sucedeu depois daquela denúncia? Deveis sabê-lo.

D. JUAN – Sucedeu que o Sargento-mor em pessoa saiu às onze horas da noite de sua câmara e veio bater à porta do beliche do rapaz, que era vizinho ao meu. Curioso de saber o que ia passar, abri com o punhal uma fresta no tabique, e olhei.

FR. PEDRO – Então?

D. JUAN – O rapaz mal ouviu a voz do Sargento-mor, que batia à porta, ergueu-se de um salto! Tirou do seio um relicário, rasgou-o com os dentes, e sacou uma tira de pergaminho, que aproximou da candeia. À luz que o reduzia a cinzas, vi escrito em letras de fogo...

FR. PEDRO – Acabai!

D. JUAN – Vi... vi... Nada; com jesuíta não há que fiar.

FR. PEDRO – O que vistes? Dizei!