Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/82

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FR. PEDRO – Oh!... é escusado! Isto excede os limites da sabedoria humana.

SAMUEL – Não, frei Pedro! Deus fez a inteligência onipotente como ele, porque a inteligência não é senão o reflexo da sua razão suprema!.... E este reflexo eu o sinto aqui! Oh! eu o quero... Eu o saberei!

FR. PEDRO – Não vos fatigueis, meu amigo; depois, quando estivermos mais calmos, refletiremos.

SAMUEL – Acaso me enganaria? A luz que me abria os vastos horizontes do pensamento extinguiu-se de repente, deixando meu espirito em trevas!... Perdestes as asas com que devassavas o mundo, minha inteligência?... (Com desânimo.) Deus puniu-te em teu orgulho!

FR. PEDRO – Repito-vos, Samuel, é inútil.

SAMUEL – Mas... o meu cérebro ainda trabalha!... Sim... Eu ainda penso!... O caos fermenta... lembro-me... (com os olhos no papel.) Uma ideia...