Página:O livro de Esopo fabulario português medieval.pdf/121

Wikisource, a biblioteca livre

ouuesse, crueuees, proueyto, aleuamta, mouer, rroueluer, durauyll, ssouella, caualo, aueo, louuado, auysados, viujam, auer, guouernasse, auemturança, caualeyro, leuantar, marauilha, uissem, numerosos preteritos em -aua, nouo, liuro, liurar, seruiço, eruanço, eruas, seruo, aruor, coruo, çeruo, palaura, calua, ssalue, ssiluado, aboluer; o uelho, hũa uez, dez uezes, e uergonça, dá-uos, ell ueo, a uos a uyda, muyto uurmo, ho uaqueyro.

Usa-se v no principio de palavra e depois de nasal: vivia, veredes, virtuosamente, vãao, venhã, velhaco; voamdo, emveja, comvida.

Todavia tambem ha excepções, sobretudo á primeira regra (u entre vogaes).

20. Uso de h:

Usa-se h antes de u em hu, hũa, hũu, hultimo, hunhas, husar (a par de ussar). Antes de i em hi, higuarias, hirmida (a par de jrmida). Alem d’isso em ho (a par de o), haos (a par de aos), he, haar (a par de ar), hestoria (a par de estoria), houtro (a par de outro), etc. Pelo contrario falta h em muitas palavras em que hoje se emprega: oje, omildoso, aver.

21. Consoantes iniciaes dobradas:

É frequente no principio haver ss-; tambem se encontra muitas vezes ff-, e ás vezes ll-: ssua, ffoy, llãa. Quanto a rr-, vide o que digo na Introducção.

22. Consoantes mediaes dobradas:

Entre vogaes, l e ll oscillam: villãao, vilãao. Notavel é entre vogaes o uso, por vezes, de -ss- por -ſ- (isto é s sonoro), tambem existente noutros textos: pressença, quassy, pressentar, misseria, ussar. Alem do uso normal de ss, como hoje, encontra-se: comverssar (a par de persoas), emssynos (a par de emsinaua), consselho. Ás avéssas, temos s por ss em comese, XIX, 7.

23. L final:

O l final de syllaba, ou l gutturalizado, é frequentemente representado por ll[1]: ell, proll, cruelmente, mall, aquell, quall, vill, froll, peytorall, rroussinoll, sylluado. Todavia tambem se encontra vil (em fim de linha, XI, 24), qual (em fim, V, 4; mas qual tambem noutras circunstancias), ssiluado.

24. Em certos casos em que ha crase de vogaes, o ms., como outros muitos textos, representa apenas o som resultante: comeos = comeo-os, d’aguia = da aguia. Cfr. § 1.

  1. Cfr. Rev. Lusitana, I, 64.