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O MANDARIM
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mente um velho que ia passando, de barbas venerandas, com o casabeque amarello que é o privilegio do ancião; vinha fallando só, e trazia na mão uma vara sobre que pousavam cotovias domesticadas... Era um principe do Imperio.

Estranhos bairros! Mas nada me divertia como vêr a cada instante, a uma porta de jardim, dois Mandarins pançudos que para entrar se trocavam indefinidamente salamalés, cortezias, recusas, risinhos agudos d’etiqueta, todo um cerimonial dogmatico — que lhes fazia oscillar d’um modo picaresco, sobre as costas, as longas pennas de pavão. Depois, se erguia os olhos para o ar, lá via sempre pairar enormes papagaios de papel, ora em fórma de dragões, ora de cetaceos, ora d’aves fabulosas — enchendo o espaço d’uma inverosimil le-