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O MANDARIM
Repeti sêccamente:
— Oiro!
Atulhei as algibeiras, devagar, aos punhados: e na rua, ajoujado, icei-me para uma caleche. Sentia-me gordo, sentia-me obeso; tinha na bôca um sabor d’oiro, uma seccura de pó d’oiro na pelle das mãos: as paredes das casas pareciam-me faiscar como longas laminas d’oiro: e dentro do cerebro ia-me um rumor surdo onde retilintavam metaes — como o movimento d’um oceano que nas vagas rolasse barras d’oiro.
Abandonando-me á oscillação das molas, rebolante como um ôdre mal firme, deixava cahir sobre a rua, sobre a gente, o olhar turvo e tedioso do sêr repleto. Emfim, atirando o chapéo para a nuca, estirando a perna, empinando o ventre, arrotei formidavelmente de flatulencia ricaça...