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Página:O mandarim (1889).djvu/62

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O MANDARIM

 

Comprei, habitei o palacete amarello, ao Loreto: as magnificencias da minha installação são bem conhecidas pelas gravuras indiscretas da Illustração Franceza. Tornou-se famoso na Europa o meu leito, d’um gosto exuberante e barbaro, com a barra recoberta de laminas d’oiro lavrado, e cortinados d’um raro brocado negro onde ondeiam, bordados a perolas, versos eroticos de Catullo; uma lampada, suspensa no interior, derrama alli a claridade lactea e amorosa d’um luar de verão.

Os meus primeiros mezes ricos, não o occulto, passei-os a amar — a amar com o sincero bater de coração d’um pagem inexperiente. Tinha-a visto, como n’uma pagina de novella, regando os seus craveiros á varanda: chamava-se Candida; era pequenina, era loira; morava a Buenos-Ayres, n’uma casinha