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Página:O mandarim (1889).djvu/64

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O MANDARIM

 

carta necessaria, a carta que desde a velha antiguidade a mulher sempre escreve; começava por meu idolatrado — e era para um alferes da visinhança...

Desarraiguei logo esse sentimento do meu peito como uma planta venenosa. Descri para sempre dos Anjos loiros, que conservam no olhar azul o reflexo dos céos atravessados; de cima do meu oiro deixei cahir sobre a Innocencia, o Pudor, e outras idealisações funestas, a acida gargalhada de Mephistopheles: e organisei friamente uma existencia animal, grandiosa e cynica.

Ao bater do meio-dia entrava na minha tina de marmore côr de rosa, onde os perfumes derramados davam á