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Página:O mandarim (1889).djvu/68

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O MANDARIM

 

d’ahi a pouco roncava de ventre ao ar, livido e com um suor frio, como um Tiberio exhausto.

 

Entretanto Lisboa rojava-se aos meus pés. O pateo do palacete estava constantemente invadido por uma turba: olhando-a esfastiado das janellas da galeria, eu via lá branquejar os peitilhos da Aristocracia, negrejar a sotaina do Clero, e luzir o suor da Plebe: todos vinham supplicar, de labio abjecto, a honra do meu sorriso e uma participação no meu oiro. Ás vezes consentia em receber algum velho de titulo historico: — elle adiantava-se pela sala, quasi roçando o tapete com os cabellos brancos, tartamudeando adulações; e immediata-