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Página:O mandarim (1889).djvu/98

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O MANDARIM

 

celana onde entre rodellas finas de limão sobrenadavam esponjas brancas, n’um perfume forte de lilaz...

Pouco depois a lua banhava deliciosamente os jardins: e eu, muito fresco, de gravata branca, entrava pelo braço de Camilloff no boudoir da generala. Era alta e loira; tinha os olhos verdes das sereias de Homero; no decote baixo do seu vestido de sêda branca pousava uma rosa escarlate; e nos dedos, que lhe beijei, errava um aroma fino de sandalo e de chá.

Conversámos muito da Europa, do Nihilismo, de Zola, de Leão xiii, e da magreza de Sarah Bernardth...

Pela galeria aberta penetrava um ar calido que rescendia a heliotropio. Depois ella sentou-se ao piano — e a sua voz de contralto quebrou até tarde os silencios melancolicos da ci-