Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/104

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que já está bom, ficará melhor. Que dizes?

— Ho, seu padre! retorquiu o matuto, cujo semblante pareceu iluminar-se do reflexo de prazer que lhe vinha do intrínseco da alma. Não tenho expressões para agradecer a vosmecê tamanho beneficio. Quem me dera ver meu filho lendo carta-de-nomes. Eu já me contentava com isso só, porque quem lê carta-de-nomes, pode chegar a ler um livro e escrever umas regras no papel. Deixa o rapaz, por minha conta, Francisco. Hei de ensinar-lhe a ler e a escrever. Não é preciso que te mostres desde já tão agradecido por um serviço que ainda não fiz, e que, se grande valor deve ter para quem o recebe, nada custa a quem o faz; antes é seu dever presta-lo. Vai para tua casa e dize lá à tua mulher que todos os dias logo cedo — comecemos segunda-feira — mande cá o rapaz a passar comigo algumas horas. Não é preciso mais.

— Seu padre...seu padre... Deus é que lhe há de pagar esta obra de caridade.

No dia aprazado, antes do menino entrar na casa do padre para receber a primeira lição, já Marcelina tinha levado pessoalmente umas