Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/105

Wikisource, a biblioteca livre

macaxeiras, uma galinha gorda e duas dúzias de ovos para almoço do ilustre vizinho, e jurado, com a eloquência dos sorrisos e das lagrimas simultaneamente, gratidão eterna e infinita àquele que se mostrava tão bom e generoso para a obscura criatura.

— Para que isto, Marcelina? Inquiriu o padre, quando ela lhe fez entrega do presente. Eu ensino de graça e não por paga. Fica sabendo que ainda sem os teus mimos, hei de fazer este serviço ao pequeno. É obra de misericórdia ensinar os ignorantes. Além disso, pelo meu sagrado ministério, tenho obrigação rigorosa de lançar nas trevas do espirito infantil a pouca luz que tiver a meu alcance. Olha. Diz-me o coração que Lourenço ainda há de ser almotacê em Goiana.

— Deus o queira, seu padre, Deus o queira.

— E porque não há de querer? Lourenço já está bom. Hoje já é merecedor das bençãos do céu, e da proteção dos homens de bem.

O que Lourenço poz por obra na manhã supramencionada, vem desmentir este conceito e palavras de seu mestre.

Tendo vagado durante algum tempo em busca de sambaquis, por dentro da mata, foi ele