Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/130

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com vistosas rendas, a Joaquina que, pousada no chão, com as pernas estiradas uma sobre outra, fiava em um fuso pastas de alvíssimo algodão que ela ia tirando de dentro do balaio, onde trazia um montão delas abertas.

Dai a pouco Bernardina entrou a cantar para se umas letras matutas, enquanto sua mãe repetia os pés de um bem-dito que de costume tirava sempre que se punha a fiar. Era lembrança da missão que um capuchinho fizera em Goiana anos atrás. Marianinha guardava silencio. Ouvia com atenção as toadas das duas cantadeiras, porém mais atentos do que os ouvidos tinha ela os olhos , que de quando em quando levava furtivamente da renda a Lourenço por uma aberta da porta pela qual entrava com a imagem do rapaz um pedaço de céu azul.

O amor que Marianinha votava a Lourenço, vinha dos primeiros anos, mas já era ardente, continuado, exclusivo. Nasceu no momento em que o menino foi apresentado à família. Remontemo-nos a esse momento. Victorino tinha dado do menino as piores informações; mas sua filha o achou tão bonito que ficou escrava dele. Tinha ido Victorino