Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/141

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em sua maior parte despidos das flores de que se compunham.

Quebrando aqui, ali, os frutos, foi-se Francisco metendo pelo roçado a dentro até chegar ao lugar onde estava a filha mais nova de Victorino.

— Venho ajudar-te, Marianinha, disse ele.

A menina tinha sobre os ombros alguns atilhos, de sorte que parte das espigas lhe caiam por cima dos seios e parte se derramava pelas costas.

— Para que tem esse trabalho, meu padrinho? Estamos já acabando.

— Como me acho aqui, quero perguntar-te uma coisa. Tu estás mal com Lourenço?

— Porque vosmecê pergunta isso?

— Porque ainda há pouco vi todos falarem com ele, menos tu. Que é que houve entre vocês? Eu não gosto de malquerenças.

A menina parou involuntariamente. Seu braço direito que nesse momento ela tinha alçado para uma espiga, descaiu como se força oculta e desconhecida o fizera gravitar para a terra. Os olhos, vencidos pela mesma influencia, tendo relanceado primeiro para o matuto, cravou-os ela irresistivelmente no chão.

Conhecendo que tocará em uma ferida encoberta,