Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/142

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Francisco adiantou-se a diminuir-lhe o vexame.

Eu sei que tu gostavas do Lourenço até bem pouco tempo. Como é que aparece agora esta rixa?

Passado um instante, a rapariguinha respondeu, aceso o rosto em suave rubor:

— Mas ele não gostava de mim.

— Quem foi que te meteu isso na cabeça?

— Era preciso que alguém me dissesse o que eu estava vendo com os olhos?

— Engano teu.

— Não estou enganada, não senhor. Lourenço não se importa comigo.

— E tu não queres mais bem a ele? Anda, fala. Eu bem sei que tu gostas do pequeno. Se és capaz, nega.

Tomada da maior confusão, Marianinha não soube o que responder.

— Dize o que te pergunto — insistiu o matuto. Eu guardo segredo. Não tenhas vergonha de mim.

— Eu não sei disso — retorquiu a menina, entre satisfeita e triste.

— Não sabes? Então quem é que há de saber?