Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/147

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da agitação dos espíritos na época em que se passou esta historia.

De que procedeu o sobredito rompimento? De quererem os negociantes do Recife que esta povoação passasse a vila, e de o não quererem os nobres da cidade de Olinda. Qual a razão de quererem os negociantes do Recife e de não quererem os nobres de Olinda que passasse a vila aquela provação, que aliás já tinha sido cidade no domínio holandês, por suas vantagens naturais, posição física, e principalmente por ser porto de mar e oferecer fácil ancoradouro? A razão era porque, sendo o Recife quase em sua totalidade habitado por negociantes portugueses, passariam estes a ter, com a elevação da povoação a vila, preponderância no senado da câmara, e por seus votos poderiam reduzir a nada, visto que o seu numero era grande, os nobres da cidade na taxação dos gêneros, na arrematação dos contractos, enfim na governança que até então tinha sempre andados nas mãos da nobreza da terra. Um cronista, contemporâneo da guerra dos mascates, escreveu sobre este ponto as palavras que trasladaremos para melhor compreensão do leitor. São as seguintes: