Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/151

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jurado repetir com ele, se metesse a tomar o partido dos do Recife na criação da vila, o mesmo que seus antepassados tinham praticado com o governador Jeronimo de Mendonça Furtado no século anterior.

A isso respondeu Caldas: - Se são nobres e têm, segundo dizem, por se o popular da capitania, repitam o procedimento dos seus maiores. O que eu lhes asseguro é que não hei de imitar Mendonça Furtado, e que, desembainhada a minha espada, não a meterei novamente na bainha antes de embebida no coração do primeiro conjurado.

Não aconteceu, assim porém. Levado do capricho pessoal, ou do interesse, ou do ódio, ou da vaidade de dar mostras de ser capaz de arrostar com a oposição da nobreza de Pernambuco em peso, fez reiteradas instancias ao ministério e ao rei para que se realizasse a elevação do Recife a vila. Esta elevação foi afinal ordenada pela carta regia de 19 de novembro de 1709; mas, como se verificaram logo no ato da divisão de novo termo grandes vexames e violências, irritaram-se mais os ânimos de parte a parte. Caldas respondeu à reação dos pernambucanos notáveis mandando-os prender. Foram do numero dos presos