Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/166

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melhor o gosto, a educação e a mocidade de d. Damiana. Sobre cômoda de formas menos pesadas do que o da sala contígua, certamente obra de fora, em que se procurara entalhar uns longes do gosto de Luiz XIV, via-se um rico santuário de jacarandá, que, estando aberto, deixava ver por entre ramalhetes de frescas flores naturais, formosas e ricas imagens, adornadas com seda, ouro e pedras preciosas. Por junto da parede corria um estrado coberto de damasco, e fronteiro a ele mostrava-se o bufete de especial estimação da aristocrática senhora. Um tear ao canto, bancas de jacarandá de delicadas entalhas e sobre as bancas garrafinhas e frascos de vidro e cristal completavam, com o grande espelho afixado na parede, a sala particular de d. Damiana.

Ao acender as fogueiras achavam-se os homens, não na sala-de-visitas, mas no aposento imediato — espécie de gabinete onde tinha João da Cunha cama para descansar, papeis, roupas e armas.

À luz amarelenta de um candeeiro, colocado sobre uma secretária de forma de piano, lia o senhor de engenho, para os amigos ouvirem, as ultimas regras de uma carta