Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/198

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cartas no engenho, viera em busca do filho, pelo motivo que adiante saberemos.

Não podia o matuto chegar mais oportunamente àquele ponto. No momento exatamente em que ele se fez ver por entre a matutada que enchia a salinha, sentiu Lourenço bater-lhe no ombro pesada mão, que o obrigou a voltar-se, a fim de saber quem era que lhe fazia tão estranho cumprimento. O rapaz reconheceu o Tunda-Cumbe.

Em poucas palavras poremos o leitor a par deste sujeito, que tão importante papel desempenhou na Guerra-dos-mascates. E para que o retrato venha com o cunho de severa autenticidade, preencheremos a nossa promessa trasladando aqui as próprias palavras em que um cronista pernambucano o descreveu para conhecimento da posteridade. “Este sujeito era um homem rústico e grosseiro, de idade já maior, que do reino de Portugal tinha há anos vindo para esta terra, trazendo da sua, por divisa, uma grande cutilada no rosto, ou para que a se não desconhecesse, ou para que por ela fosse conhecido; mas diziam que por usar do oficio de parteira, e para disfarçá-la de algum modo, conservava os seus bigodes, ou mustachos,