Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/200

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Bernardina? Pois olhe, quero preveni-lo de uma coisa, para que depois não vá você chamar-se ao engano. Sabe muito bem que todas as semanas, da Sexta para o sábado, ando eu por estas bandas a vender o meu peixe.

— Sei, disse Lourenço, sem se alterar, com os olhos postos, como quem nisso tinha propósito, na funda cicatriz do Tunda-Cumbe não tão oculta pelo espesso bigode, que se não pudesse deixar ver.

— Pois fique sabendo mais que aquilo é tainha que eu tenho contado há de cair, mais dia, dentro do meu caçuá.

— Você refere-se a Bernardina?

— A ela mesma é que me estou referindo, sim, senhor.

— Pois eu também quero dizer-lhe uma coisa. Eu com ela nada tenho. Se canto e gracejo com a rapariga, é porque tenho amizade na casa. Nela não tenho intenção de espécie nenhuma, porque, quando a gente não sente inclinação para uma mulher, por muito que ela se derrengue para a gente, não passa tudo isso de divertimento sem maldade. Mas como diz você que já conta com aquela tainha no seu caçuá, a coisa muda de figura.

— Menino — tornou o Tunda-Cumbe, você para Ter comigo esta linguagem, preciso fora