Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/217

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seus armazéns, Antonio Coelho com seus sequazes, a destruição de todos nós?

— Façam o que fizerem — observou a mulher do sargento-mór, Goiana não há de render-se a eles. Porque não há de render-se?

— Não sabemos todos que Goiana é invencível porque todas suas igrejas têm as frentes voltadas para dentro dela?

— É verdade — disse uma senhora, que até esse ponto assistira à conversação sem tomar parte nela.

— E d. Maria Bezerra acudiu em apoio da velha, confirmando o que dela ouvira. Abusões do povo, contestou Cosme.

— Os antigos já o diziam, replicou d. Maria e os antigos não diziam senão a verdade. Minha avó contava-me muitos casos de guerras, em que os que vinham a tomar Goiana ficavam destruídos ou presos nela, e nunca a puderam dominar. Os santos das igrejas olham pelos moradores. Vão lá contar destas historias a Antonio Coelho e a Jeronimo Paes, que hão de vê-los responder à crença do povo com risos mofadores. É porque eles são dois refinados hereges,