Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/232

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os dentes, mas tantos pés-rapados e mazombos quantos puderem cair em tuas mãos. Já deves saber o que resolveram os nossos patrícios e amigos do Recife...

— Tudo sei.

— É de nossa honra e de nosso interesse que o grito que eles soltaram na vila, acha eco em todos os pontos importantes da província, especialmente em Goiana.

— E o governo está de nossa parte?

— O governo! O governador, o legitimo, o verdadeiro governador de Pernambuco, Sebastião de Castro Caldas, este está conosco. D. Manoel é simplesmente o governador da rebeldia. Deu força aos insurgentes, e está exercendo atribuições que lhe não competem. Os que o sustentam e por eles são sustentados, tão criminosos são como ele. opuseram-se à criação da vila, o que quer dizer que se opuseram à vontade e à ordem de el-rei; tentaram contra a vida do legitimo governador, e o obrigaram a refugiar-se na Baia para escapar à morte; na ausência dele, tomaram conta do poder tumultuaria e revolucionariamente; o bispo por infame covardia ou por indigna conivência, assumiu as rédeas do governo e expediu perdão aos rebeldes