Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/233

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e assassinos. Devíamos nós, leais vassalos de el-rei, ter por justo e legal o infame perdão, quando as justiças do céu e da terra exigiam antes as cabeças dos rebeldes? Não, mil vezes não. Acumulamos viveres, ajuntamos dinheiro para que nos não faltasse nada na ocasião do desforço. Julgando os nossos amigos do Recife chegada esta ocasião, acabam de soltar o brado em favor da restauração da autoridade legal, vil e traiçoeiramente conspurcada pelos que se apelidam nobres, quando outra coisa não são senão rebeldes e sicários. Assim, todo leal português tem o dever de lançar mão das armas para derrubar o governo de d. Manoel e levantar novamente o de Castro Caldas. Em favor desta empresa patriótica e gloriosa é que te proponho reunas todos os amigos que puderes. O programa da luta é largo, mas resume-se nisto — destruir, seja por que meio for, qualquer força, qualquer bem, até a própria vida de todos os fidalgos de Pernambuco.

— Tudo de que precisares, a saber, dinheiro, viveres, apoio, proteção ilimitada para ti e para os teus, a fim de se preencher este plano salvador das nossas fortunas, das nossas vidas e do nome português, ser-te-há prontamente