Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/245

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mesmos mascates; porque o que daí não procede, é cor da noite de África ou cor do fogo das aldeias.

Palavras não eram ditas quando um filho de Jorge Cavalcant, que vinha montado em fogoso ginete, chegando-se à porta da botica assim retorquiu, montado como estava, a Belchior com o calor e a imprudência dos primeiros anos:

— Vilões ruins são aqueles brasileiros desnaturados que se vendem ao ouro ou rendem às lábias dos estrangeiros, cujo sentimento não é outro que o de revolverem a terra onde encontraram hospedagem. Esses, sim, são os mais infames vilões que pisam na terra de Camarão e de Henrique Dias. Sua baixeza não se compara nem mesmo com a dos que mordem a mão que deveriam beijar.

Replicou-lhe Belchior com quatro pedras na mão; o filho de Jorge treplicou, já com mostras de quem queria usar o chicote que trazia. Quando o gesto indicou a intenção, quase todos os que estavam na botica, tomaram o partido de Belchior, mas não tardou que varias pessoas das vizinhanças e da rua vieram em socorro do outro contendor.

Estavam justamente as coisas neste ponto,