Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/246

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quando apareceu o chefe dos bandoleiros. Ao gibão surrado, aos calções em diferentes partes serzidos e aos sapatões grosseiros com que costumava andar, tinham-se substituído casaca e calções de veludo e sapatos de entrada baixa com fivelas. Trazia pendente um espadim que parecia novo, como o chapéu de pluma e a roupa. Naqueles tempos já o habito fazia o monge. Tanto que o Tunda-Cumbe se apresentou vestido com este apuro e galhardia, não foi preciso mais para que todos logo conjeturassem que grande transformação se operara na vida do ex-peixeiro, e já alguns lhe tirassem o chapéu, como demonstração de respeitosa cortesia. Tal houve que se afastou para que ele tivesse livre acesso ao ponto central do conflito. Muitos dos circunstantes explicaram esta atenção, atribuindo-a a vir ele acompanhado de dez a doze valentões conhecidos, pouco tempo antes seus companheiros, agora seus guarda-costas.

— Donde vem esta grandeza e este poderio a Tunda-Cumbe, que ainda não há um mês vendia bodiões e amorés pelas portas? perguntou a meia voz um parcial dos nobres.

Respondeu-lhe no mesmo diapasão o companheiro: