Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/268

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já perdera a esperança de achar.

Veio à terra, muniu-se de um facão, e atirou-se novamente a nado para o meio do rio. Distante da margem cerca de seis braças, um mulunguzeiro, cujo tronco o ímpeto da corrente retorcera e cuja folhagem redemoinhava açoitada pelos novelões revoltos, foi o ponto negro para onde se dirigiu o matuto. Em torno da arvore desacompanhada as águas fremiam vertiginosas, acusando de baixo delas abismo insondável.

— Eh, meu negro! Exclamou Francisco, dirigindo-se ao rio. Estás assobiando e gemendo? Não vês aqui o teu amigo, famanaz do Cajueiro? deixa as tuas raivas para outros. Eu sou teu antigo conhecido. Faz-te de cera, coração.

— Assim gracejando deixou-se o matuto levar pela força da corrente, e quando à claridade duvidosa do crepúsculo pareceu a todos os que da margem tinham os olhos postos nele, inevitável a sua perda, o matuto barafustou na folhagem retorcida e apagou-se um momento da vista dos presentes. Morreu!

— Afogou-se.