Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/269

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Tais foram as vozes que partiram de diferentes bocas.

Súbito ouviu-se bater o facão sobre os galhos superiores do mulunguzeiro. Ninguém viu mais Francisco, mas todos ouviram o rumor dos golpes da pesada arma, movida por sua mão possante contra o atleta vegetal que o Itapirema trabalhava por engolir. Não se demorou muito que os golpes cessaram e uma sombra negra, passando rápida, vertiginosa, como nuvem fatástica, aos olhos da tropa, sumiu-se no turbilhão. Era a ramagem do mulunguzeiro que fugia, deixando aparecer nua, escalavrada, acima da superfície do rio, a parte superior da árvore, e no cimo desta o destemido matuto.

Mas não estava completo o serviço. Francisco veio outra vez à terra, e tendo tirado um fuzil do saco vazio que pendia do cabeçote da cangalha, encaminhou-se para uma macahibeira que a alguns passos aparecia solitária. Umas folhas secas, que a tempestade tinha abatido aí, foram apanhadas pelo intrépido matuto, e com elas improvisou ele um facho.

Então, voltando-se para a tropa disse:

— Vamos passar o rio. Eu vou na frente,