Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/275

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se lia, em vez do prazer, a dor, a aflição, o desespero. Foi fácil a todos os circunstantes conhecer a súbita mudança, porque a esse momento o dia estava claro, e a aurora iluminava o céu e a terra com reflexos que nenhum pintor pode ainda reproduzir na tela.

Gil, sentindo a gravidade daquela crise, correu ao matuto, lançou-lhe os braços sobre os ombros, e disse-lhe em face:

— Então, que é isso, Francisco? Estás a chamar a todo instante por teu filho e tua mulher? Não vês que não podem estar aqui?

— Mas então onde estão eles, comandante? Na casa do padre Antonio não há ninguém. Já cansei de bater na porte. Ninguém me falou de dentro. Oh! Meu Deus! Por aqui andou de certo o Tunda-Cumbe. Malvado! Malvado! Tu me pagarás.

— Isto, sim, disse Gil, conhecendo que a loucura um momento iminente ia fugindo, espancada pelo sentimento da vingança, que acordara enfim, para salvá-lo, no coração do matuto. Havemos de vingar-nos desses perversos, que queimam as casas pacificas e levantam ranchos para novos salteadores. Não percamos tempo. Salta no teu cavalo. Quem sabe o que não estarão praticando a esta