Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/283

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Germano deu o andar para a vereda, onde já entrara Pedro de Lima, que saíra antes dele.

Adiante, debaixo de um cajueiro, um vulto estava parado. Era o matuto.

— Eu bem te endendi, Germano. E para saber todo o teu pensamento, aqui fiquei à tua espera.

— Quando é que vão atacar o engenho?

— Para te falar verdade, eu não sei bem quando há de ser o ataque.

— Mas vamos cá saber uma coisa, seu Pedro de Lima: como posso Ter eu certeza de que serei livre se fizer o que vosmecê propõe?

Não há duvida que tudo há de ser conforme te digo. Pois queres melhor certeza do que a nossa vitoria? Olha cá. Se vencermos a nobreza, o governo passará a ser outra vez dos mascates, e passando a ser dos mascates o novo governo, está bem visto que todos aqueles escravos que nos tiverem ajudado a dar com o governo da nobreza em terra, terão em recompensa a sua liberdade.

— E se, em lugar de darem a eles a liberdade, os mascates ficarem com os negros na escravidão, não virá tudo a dar no mesmo?

— Mas se eu te afianço que tu pelo menos