Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/303

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era o vigário ou outro qualquer sacerdote. Um dia recebo uma carta em que o vigário da freguesia, onde a mulher e o menino estavam ultimamente residindo, me informava da morte da mãe e do abandono do filho. A carta fora retardada, de sorte que quando me chegou às mãos, mais de um ano tinha decorrido depois de sua data. Sendo-me então mais fácil tomar o menino à minha conta, não só pelo falecimento daquela que a ele tinha melhor direito do que eu, mas pela minha secularização, corro ao ponto em que o devia encontrar, impaciente por ver e conhecer aquele que na forma de espinho eu trazia incessantemente na consciência. Oh que amargas desilusões não foram as minhas, quando aí cheguei! O menino tinha no lugar as mais tristes tradições que se podem imaginar, e, para cúmulo do meu desgosto, mão desconhecida o tirará violentamente, posto que com satisfação de todos os moradores.

— Meu Deus! Que está dizendo, seu padre? inquiriu Marcelina, abalada e confusa destas noticias, que caiam em seu espirito na forma de raios de luz.

— Tu sabes o resto, Marcelina.

— Eu, eu?