Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/384

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mas nenhuma morte se seguiu a eles. Os que pretendiam tirar a vida ao destemido capitão, cedo tiveram a prova de seu engano, vendo Cosme de espada nua abrindo caminho por entre a multidão. Seu cavalo, esse tinha sido derrubado pela descarga.

Cerca de dez minutos durava já a luta desigual de treze homens contra cem, que os queriam enlaçar, quando ao lado do Carmo apareceu uma mó de gente que corria para o ponto do conflito. Era uma parte da escravatura de João da Cunha que, com ele à frente, vinha a socorro dos parentes e amigos. Os tiros tinham servido ao senhor-de-engenho de aviso da luta próxima. Acompanhavam-no o feitor e outros moradores. Lourenço ficara com Germano, já então no sobrado e o restante dos escravos no armazém, guardando a casa.

No momento em que este auxilio chegou a Cosme, o conflito já tinha tomado feição diferente. Como a intenção principal da multidão era abrir as portas da cadeia, a fim de saírem com os criminosos, dois mascates, Braga e Bernardino, ai recolhidos por delitos comuns, ela atirou-se em peso contra as entradas. Cosme, Felipe, Maciel e os demais que tinham resistido ao furacão insurrecional,