Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/41

Wikisource, a biblioteca livre

Os dois matutos agarraram-no com quantas forças tinham; mas antes de chegarem à porta viram-se obrigados a larga-lo, porque Lourenço a um tinha posto os braços em sangue, e sobre o outro desandará tamanho coice no estômago, que lhe tirou o animo para levar a efeito a empresa.

— Vejam só, vejam só — acudiu o velho Ignacio. Não lhes disse? Lá dentro não me pisa esta fera. Nada. Nem por Santo-Antonio. Se dois homens moços não podem com ele, que direi eu?

— Querem saber de uma coisa? Inquiriu Francisco a cabo de um momento. Largo-me agora mesmo com ele por estes caminhos. Vamos, Victorino?

— Agora de noite?

— Que é que tem? A lua não tarda a nascer. Olhe já o clarão dela por cima da mata. Vamos. Não percamos tempo.

Em menos de um quarto de hora Lourenço estava atado com cordas pelas pernas na cangalha e em cima do cavalo que o devia conduzir para longe do povoado.

— Adeus, adeus, minha gente, disse Francisco aos companheiros que ficavam no ponto. Até nos encontrarmos outra vez por estas estradas.