Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/466

Wikisource, a biblioteca livre

da casa grande. Os negros que no combate não tinham caído mortos ou feridos, esses haviam fugido para o mato, determinados a não voltarem segunda vez para a escravidão.

— Para contar o acontecido, Marianinha parara ao pé da ingazeira centenaria que se levantava de um dos lados do caminho, e que com outras formava uma como galeria por cima do braço de rio que cortava por dentro do cercado. Foi ai, na sombra e no retiro, que davam mais solenidade às suas palavras, mais gravidade a seus prantos, que ela desfiou o rosário dos episódios de que tinha conhecimento. Quando chegou ao da morte de Victorino, a pobre rapariga entrou a chorar como louca.

— Vamos para fora, Marianinha, disse Lourenço, vencendo a custo sua comoção. Quero ver sua mãe. Vamos, sim, disse a moça. Eu tinha vindo em busca de Saturnino para ajudar minha mãe...

— Ajudá-la a que...?

— Você vai já saber, Lourenço — respondeu a moça, deixando-se banhar cada vez mais em suas aflitas lagrimas.