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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/467

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Do lado de fora da galeria, á luz livre da manhã, luz graciosa e tepida que parecia um sorriso de noiva, luz que patenteava os minimos accidentes da natureza, pôde Lourenço ver melhor Marianninha.

Trazia ella os cabellos revoltos, avermelhados os olhos do muito chorar, crestada a macia pellucia das faces, que não obstante mais accesas se mostravam de natural rubor. Mas esses olhos, postoque chorosos, tristes e affligidos, eram ainda tão matadores, tão ternos, que parecia concentrarem em si toda a suavissima belleza, esparzida pelas varzeas, pelos valles distantes, na luz que cahia do céo como chuva de ouro, nas fluctuações da folhagem, na frescura das vastas sombras, atiradas como leitos de paz e tranquilidade no meio da solidão rica de esplendores e cantos.

Entraram na capella pela portinha da sacristia.

Ao penetrar na estreita e sombria nave, o espectaculo, que a Lourenço se mostrou, foi o seguinte:

No meio da igreja, ao lado de um monte de terra fresca, jazia um cadaver; era o de Victorino. Entre esse cadaver e o monte uma mulher tirava do chão onde estava abrindo