Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/98

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novas esperanças e sendo para eles origem de inefáveis satisfações.

A transformação era obra das mãos deles, na qual se reviam não sem justo orgulho, como na fonte limpa, outr’ora charco, se revê o que lhe tirou as imundícies.

Por isso Lourenço era já, não somente estimado mas acariciado pelos dois consortes, que o consideravam o futuro esteio da casa, de seu natural fraca, o amigo e protetor deles, quando velhos, de seu natural forte.

A esse tempo não era a habitação de Francisco a única existente na estrada do Cajueiro. Obra de trezentas braças para o sul via-se outra de melhor parecer, de paredes de pedra e coberta de telha. Pertencia a um padre que, tendo por ali aparecido não se sabia como nem porque, fora convidado pelo sargento-mór João da Cunha para capelão do engenho. O padre Antônio escolheu aquele local para sua residência, desprezando uma boa morada que o senhor do engenho possuía dentro do cercado, e até a residência que lhe ofereceu na própria casa grande. Escolhido o local e feito o prédio, o padre chegou-se a João da Cunha e lhe disse que de há muito cumpria o voto de só morar em propriedade que fosse sua, e por isso lhe