Página:O missionário.djvu/466

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verdejante de muritis e tucumãs, onde poderiam encontrar sombra e frescura para repousar depois do almoço, porque o sol já castigava tanto que - S. Rev.ma perdoasse -era impossível suportá-lo com o remo na mão. Para almoço pouco tinham. Era o triste pirarucu de sempre, que fazia suspirar pela gorda carne de vaca e pela gostosa farinha-d'água em que o costumava envolver com limão e pimenta para depois regá-lo com o vinho do Filipe do Ver-o-peso... Mas, Senhor Deus, nem valia a pena falar em coisas cuja lembrança só servia para tornar mais sensível a miséria do presente. Comesse todavia S. Rev.ma, que antes pirarucu do que nada.

Padre Antônio recusara o almoço, mas consentira em desembarcar na ilha para fugir ao ardor da canícula e mesmo descansar um pouco à sombra das árvores, a fim de recuperar a noite perdida.

- Saberá V. Rev.ma que isto era indispensável, disse o Macário, repleto de pirarucu e de bananas verdes, estendendo-se